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Vacinas contra a COVID-19: Perguntas e Respostas – Parte 1

As vacinas contra a COVID-19 tem gerado muitas dúvidas das pessoas, por isso, reunimos aqui as principais perguntas e respostas em relação ao tema. Lembrando que os dados aqui expostos podem ser atualizados.

Quais as vacinas para COVID-19 que estão atualmente disponíveis no Brasil e quais os seus perfis de eficácia?

Atualmente foram liberadas duas vacinas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): uma vacina de vírus inativado denominada Coronavac©, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e uma vacina de plataforma chamada Vetor Viral, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca/Oxford.

CORONAVAC – INSTITUTO BUTANTAN & SINOVAC

A vacina Coronavac© é uma vacina composta pelo SARS-CoV-2 (cultivado em células vero) inativado com β-propionolactona, purificado e adsorvido em hidróxido de alumínio.

Voluntários no Brasil: 12 mil

Eficácia em casos graves ou moderados: 100%

Eficácia em casos leves: 77,96%

Eficácia geral: 50,39%

Efeitos adversos graves: nenhum registrado

ChAdOx1nCoV-19 – OXFORD & ASTRAZENECA

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, ChAdOx1nCoV-19 (AZD1222), consiste em uma vacina cujo vetor viral é um adenovírus símio não replicante (ou de replicação deficiente), que contém um segmento genômico do SARS- -CoV-2 que expressa a glicoproteína estrutural Spike (S).

Voluntários no Brasil: 10 mil

Eficácia em casos graves: 100%

Eficácia em casos leves ou moderados: 76%

Eficácia geral: 70,42%

Efeitos adversos graves: nenhum registrado

Qual o intervalo ideal entre as doses das vacinas COVID-19?

Para a vacina Coronavac é recomendado que a segunda dose seja administrada entre duas a quatro semanas após a primeira dose. Para a vacina Oxford-AstraZeneca este intervalo é de quatro a 12 semanas, sendo verificado nos estudos que quando a segunda dose é administrada em um período mais longo a resposta imunológica parece ser melhor.

Depois de quanto tempo do uso da vacina eu estarei imunizado? Poderei ficar tranquilo e não mais usar máscara?

A imunidade completa só acontecerá cerca de duas a três semanas após a segunda dose, embora tenha sido observada, 21 dias após a primeira dose da vacina AstraZeneca, uma eficácia de 70%. Porém as duas vacinas precisam ser administradas em duas doses.

Além disso, não sabemos se as vacinas serão capazes de prevenir, além da doença, a infecção e a transmissão do Coronavírus. Portanto, não podemos diminuir as medidas de segurança e se faz necessário sim, continuar usando máscara, tendo atenção com o distanciamento social e com a higiene adequada das mãos.

As novas variantes do SARS-CoV-2 são cobertas pelas vacinas?

Pelo conhecimento atual, é provável que sim, pois não deve ocorrer interferência da resposta vacinal com estas novas variantes que circulam. Entretanto, é preciso uma vigilância epidemiológica atenta para se detectar novas mutações e realizar uma adequada avaliação.

Posso começar a vacinação com um tipo de vacina e na segunda dose fazer de um outro fabricante?

Não. A orientação é que o esquema vacinal seja continuado com o mesmo fabricante, já que não dispomos de dados de intercambialidade entre os diferentes produtos.

Grávidas e puérperas poderão receber a vacina?

A segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas nestes grupos, no entanto estudos em animais não demonstraram risco de malformações. Para as mulheres pertencentes ao grupo de risco e nestas condições, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor.

As sociedades científicas recomendam que devido ao risco maior de complicações apresentado pelas gestantes, elas deverão ser vacinadas. A vacina Coronavac é inativada e semelhante às demais vacinas recomendadas na gravidez como, por exemplo, a vacina da gripe. A vacina AstraZeneca/Oxford, de vetor viral de replicação deficiente, também se comporta como uma vacina inativada.

Mulheres em amamentação poderão receber a vacinação?

Embora não haja estudos nessa população, é improvável que haja algum problema na utilização de vacinas inativadas da COVID-19 em mulheres que estejam amamentando. A SBP preconiza a vacinação de mulheres que estejam amamentando.

Crianças e adolescentes podem ser vacinados?

Os estudos de licenciamento das vacinas COVID-19 não incluíram crianças num primeiro momento. Diferente de outras viroses respiratórias a COVID-19 raramente leva a casos graves em crianças. Estudos, já em andamento, verificarão a segurança e a eficácia dessas vacinas em crianças e adolescentes.

Qual a duração da proteção conferida pelas vacinas?

Esta é uma questão chave e ainda sem resposta. Não sabemos quanto tempo durará a eficácia protetora da vacina. Com seguimento atual de pouco tempo dos voluntários envolvidos nos estudos, ainda não foi possível estimar a duração da proteção.

Haverá uma chance de responder a essa pergunta com o acompanhamento dos vacinados. E embora pouco se saiba sobre a eficácia da vacina em longo prazo, isso não deve impedir seu uso. Como a vacina foi estudada há apenas alguns meses, é impossível, neste momento, dizer por quanto tempo ela protegerá contra a infecção pelo vírus.

Qual a porcentagem da população vacinada será necessária para atingir a imunidade de rebanho?

É difícil, neste momento, estimar-se esta porcentagem por diversos motivos, principalmente por desconhecermos a duração da proteção conferida pela infecção natural (possibilidade de reinfecções) ou pela vacina, além de não termos dados sobre a capacidade das vacinas em prevenir a transmissão.

As duas vacinas para COVID-19 licenciadas no Brasil são seguras?

Os estudos que acompanharam os eventos adversos das duas vacinas demonstraram perfis de segurança adequados, muito semelhantes aos observados com as vacinas habitualmente utilizadas. Os eventos adversos pós-vacinação mais frequentes relatados foram leves e transitórios, como dor no local da vacina, cefaleia, náuseas e febre.

Fonte: Departamento Científico de Imunizações – Sociedade Brasileira de Pediatria