As vacinas contra a COVID-19 tem gerado muitas dúvidas das pessoas, por isso, reunimos aqui as principais perguntas e respostas em relação ao tema. Lembrando que os dados aqui expostos podem ser atualizados.
Todos os trabalhadores da saúde serão vacinados?
Como fazemos nas campanhas de imunização para influenza, todos os trabalhadores da saúde fazem parte da primeira etapa de vacinação proposta pelo Ministério da Saúde (MS). Assim que dispusermos de um quantitativo adequado de vacinas no Brasil esta etapa será cumprida.
Considerando o contexto pandêmico atual, dentro do grupo dos trabalhadores de saúde, deverão ser priorizados os profissionais mais expostos, especialmente os que trabalham em Unidades de Terapia Intensiva, enfermarias exclusivas de pacientes COVID-19 e unidades de pronto-atendimento/emergências.
Já tive COVID-19, devo me vacinar? Qual o intervalo entre a doença e a vacinação?
Sim. A recomendação é vacinar, independente de ter sido infectado previamente, pois não se sabe quanto tempo dura a imunidade natural adquirida pela doença. Quem já teve COVID-19, portanto, deverá ser vacinado, desde que o início dos sintomas tenha ocorrido há pelo menos quatro semanas da vacinação.
No caso de exame de RT-PCR positivo em assintomáticos, o intervalo sugerido é de pelo menos uma semana. Alguns países, como os Estados Unidos, adotam a estratégia de recomendar a vacinação três meses após a doença, pois durante este período o indivíduo ainda estaria com níveis de anticorpos suficientes para protegê-los, permitindo assim que outra pessoa tenha prioridade na vacinação. No Brasil, adotaremos o intervalo de quatro semanas após a doença.
Poderei receber as vacinas da gripe e da COVID-19 simultaneamente?
Não. Até o momento não há dados que demonstrem a não interferência da resposta imune quando da administração simultânea de vacinas COVID-19 com qualquer outra vacina. A orientação é que seja respeitado um intervalo mínimo, tanto pré como após a vacina COVID-19 de 14 dias para a aplicação de qualquer vacina, inclusive a da gripe.
Se eu estou com uma doença aguda e com febre, posso tomar a vacina?
Não. Na presença de febre nas últimas 24 horas está indicado o adiamento da vacinação até a resolução do quadro febril agudo.
Pessoas que tomam drogas imunossupressores ou com doenças que baixam a imunidade podem tomar a vacina?
As vacinas Coronavac© e AstraZeneca/Oxford poderão ser utilizadas com segurança nestes grupos. Inclusive aqueles que estiverem em tratamento para câncer poderão ser vacinadas. Entretanto, nesses pacientes é preciso considerar que a reposta pode ser inadequada.
Cada caso deve ser avaliado individualmente, a fim de se estabelecer o melhor momento para a vacinação. Outros grupos que também podem receber vacinas inativadas são os pacientes transplantados, em uso de medicamentos imunossupressores ou portadores de imunodeficiências.
Pessoas que usam remédios anticoagulantes, podem tomar a vacina?
Sim, embora também deva haver uma avaliação individual de cada caso, e os cuidados com o uso do gelo no local, antes e depois da aplicação.
Existe possibilidade de termos vacinas COVID-19 nos serviços privados?
A vacinação no setor privado no Brasil sempre exerceu um importante papel complementar em relação às políticas públicas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Tem como objetivo a perspectiva da melhor proteção individual.
Entretanto, estamos vivendo uma pandemia sem precedentes e com escassez de vacinas. Nesta perspectiva, a SBP entende que a prioridade deverá ser dada ao atendimento da demanda do setor público, como fazem todos os países do mundo.
Acreditamos que atualmente não haja espaço para a discussão sobre a vacinação no setor privado, pois isto implica que uma parte da população será imunizada apenas devido a recursos pessoais, contrariando o fluxo de prioridades já definidos pelo MS.
Com a garantia de disponibilidade de vacinas para o PNI para atender os indivíduos dos grupos prioritários estabelecidos pelo SUS, esta discussão deverá ser retomada de forma isenta e responsável.
Como poderá ser avaliado o sucesso do uso das vacinas COVID-19?
Todo programa de vacinação deve ser avaliado não apenas pelo número de pessoas imunizadas, mas também pelo impacto da vacinação na redução de casos, formas graves, hospitalizações e mortes.
É muito provável que esses resultados variem muito entre os países, pois fatores ambientais, sociais e diferentes subpopulações selecionadas para vacinação prioritária podem impactar nos resultados de forma diferente.
Num primeiro momento, o objetivo da vacinação será a redução de formas graves e morte pela doença. A partir da vacinação de parte significativa da população pode-se obter a redução da circulação do vírus. Para que se possa obter sucesso em qualquer programa de vacinação, é preciso ampla adesão de todos para uma efetiva vacinação dos grupos elegíveis da população.
Pacientes com antecedente de anafilaxia grave podem ser vacinados?
Sim, porém, nesses casos a vacina deve ser aplicada em um local que ofereça segurança e condições de assistência a uma eventual reação anafilática. Os pacientes devem ser observados por pelo menos 30 minutos no local, após a administração da vacina.
A ingestão de álcool pode comprometer a eficácia das vacinas?
O consumo de álcool em excesso ou de uso crônico pode ser imunodepressor e deixar os indivíduos mais vulneráveis às infecções. O consumo moderado não interfere na resposta vacinal, porém a vacinação é considerada uma importante oportunidade para incentivar comportamentos positivos em relação à saúde da população.